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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

LENGALENGA

Pronto agora tentam convencer-me que esta crise financeira é minha culpa, também. Devia de ter feito poupanças, não descobri ainda como, não descobri de onde é que tirava dinheiro para poupar … Mas pronto isso agora fica resolvido, o dinheiro dos meus impostos, o dinheiro que não chega para hospitais e escolas, que talvez não chegue para a minha reforma, esse dinheiro vai salvar a banca, a banca que teve mais de trinta por cento de lucro, esse dinheiro vai redimir-me.
Esse dinheiro, mais o dinheiro que irá ser gasto no comboio de alta velocidade, e num aeroporto novinho em folha, em pleno deserto, vão salvar a industria da construção civil, reabilitar o país, tal como a Expo, o Euro 2004, salvaram-nos não foi?
Mas ainda assim, vai haver melhor, um contrato equilibrado com quem vai explorar uma nova Ponte, irá garantir que uma empresa, nacional e única no mundo, cresça, aproveitam e exploram a ponte, já mais que paga, ponte com mais de 40 anos, paga com o dinheiro dos impostos dos meus pais.
Pronto e também sei que tudo isto é fruto de uma conjuntura internacional, que faz com que o preço do petróleo desça e o dos combustíveis suba. Devia de ter pensado três vezes quando comprei casa, a pagar durante um quarto de século, a juros sempre a subir, devia ter pensado em não o fazer.
Talvez ter ficado amontoado na casa maternal, assim garantia um melhor apoio á velhice, em vez de andar a correr feito doido em apoios vários. Continuando a pagar mesmo que falte um cêntimo para concluir esse pagamento, o estado garante á banca o valor do empréstimo, ficando eu inquilino daquilo que paguei…
Devia ter pensado melhor, muito melhor antes de ter tido dois filhos, artigo de luxo, investimento a fundo perdido. Enfim, esta lengalenga do dinheiro é sempre a mesma, o dinheiro não quer nada comigo e eu não quero nada com ele.
Mas começo a estar farto, e vocês?
In. Isto tem Dias

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EDITORIAL

O êxodo constante dos habitantes das grandes cidades para as periferias leva necessariamente a que algumas elites intelectuais sejam também absorvidas pelo referido êxodo.
Na periferia, tais elites abrangem entre outras áreas tão vastas como a música, a literatura ou a pintura. Contudo os grandes palcos para a exibição destas expressões artísticas continuam no centro destas grandes cidades o que faz acrescer aos poderes locais e à sociedade civil em geral, responsabilidades acrescidas no sentido de dar expansão às acima mencionadas actividades.
É assim que hoje em Santo António dos Cavaleiros, como em outras periferias se encontram músicos, escritores e pintores, alguns dos quais já alcançaram lugares cimeiros no panorama nacional da cultura e outros que esperam e desesperam para ser revelados, para o que carecem por parte das entidades públicas apoios, não só para estes fins, como também para desfazer a ideia corrente de que estas periferias são unicamente habitadas por “gangues” ou delinquentes.
É esta convicção, entre outras razões que levam à criação deste blogue. Pretendemos essencialmente criar um espaço de divulgação das mais variadas expressões artísticas e um fórum de debate das problemáticas das zonas periféricas.
Está em princípio aberto a todos aqueles que na periferia sentem que não tem voz.

O sucesso deste espaço, depende da participação e colaboração de todos(as) aqueles(as) que de alguma maneira estejam ligados(as) a estas temáticas.
Colabora para a divulgação e publicação de artes plásticas, artesanato, músicas, romances, poemas e outras expressões artísticas não editados nos canais editoriais normais.

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