NÃO IMPORTA O LUGAR… O QUE IMPORTA É CRIAR!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Computador “Magalhães” é publicidade enganosa

O computador "Magalhães", anunciado como o "primeiro portátil português", afinal só tem de português o local onde é feito e o capital investido. O computador foi anunciado, como "novidade mundial", a 3 de Abril em Shangai no Intel Development Fórum, com o nome de "Classmate PC". O portátil já está mesmo à venda na Índia e na Inglaterra.
Anunciado como o "primeiro portátil português", numa solene cerimónia em que participou o primeiro ministro José Sócrates, o "Magalhães" é apenas uma versão produzida em Portugal, sob licença da Intel.
Ao que parece, o lançamento do "Classmate PC", e o esforço publicitário que está a implicar, como no caso de Portugal onde adopta um nome nacional, é uma iniciativa da Intel, integrada na guerra concorrencial contra o projecto One Laptop for Child. Ler mais…

terça-feira, 29 de julho de 2008

Os direitos de autor

Actualmente, o regime de direito de autor não satisfaz as necessidades da sociedade nem está de acordo com as possibilidades que o desenvolvimento tecnológico coloca nas suas mãos. Este sistema transformou-se em legitimador da submissão da cultura às leis do mercado, favorecendo a dominação económica e cultural dos povos.
O direito de autor como direito humano deve ter implícito o equilíbrio entre o direito do autor à sua obra e o direito da sociedade a ter acesso a ela. Este equilíbrio foi quebrado, não a favor dos autores nem da sociedade, mas a favor dos que exercem os direitos em nome dos criadores, ou seja, os grandes monopólios da indústria editorial, informática, biotecnológica e do entretenimento. A apropriação destes conhecimentos entra frequentemente em contradição com o direito à saúde, à vida, ao conhecimento e à educação. E são sempre estes que saem a perder.

A criação não se defende impedindo a sua difusão. Normas mais rígidas não trarão mais criatividade. Para proteger a criação tem que se garantir espaços, estimulá-la, incentivá-la, tenha ou não êxito comercial, apenas em virtude da sua condição de expressão da criatividade humana na sua infinita diversidade.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A ARTE DA RUDEZA

A ARTE DA RUDEZA é insulto. Mas não é apenas insulto. É um insulto perverso, insolente e demencialmente elevado. «Winston, você não passa de um bêbedo», diz Lady Astor a Churchill numa festa social. E Churchill, sem perder a compostura, responde: «E você, minha querida, é feia. Mas amanhã eu já estarei sóbrio».

O MESMO Churchill, na Câmara dos Comuns, confrontado com as críticas de uma parlamentar inflamada: «Se eu fosse sua mulher, punha veneno no seu chá». E Churchill, sem perder a compostura, responde: «E se eu fosse seu marido, bebia-o».

AGORA tracem as diferenças. A nossa vida social, vendida pelas revistas da paróquia, pinga vulgaridade. As elites de um país definem esse país? Pois bem: as nossas elites mais visíveis são compostas por jogadores de futebol, apresentadores televisivos e concorrentes do Big Brother. Um cortejo grotesco, que diz tudo sobre Portugal.
As frases desta gente são deprimentes e vulgares. As fronhas são deprimentes e vulgares. Os amores são deprimentes e vulgares. As casas são deprimentes e vulgares. Os sentimentos são deprimentes e vulgares. As férias, invariavelmente no Algarve, são deprimentes e vulgares. Os gostos são deprimentes e vulgares. As opiniões são deprimentes e vulgares.
A roupa é deprimente e vulgar. A educação é deprimente e vulgar.

Tudo é deprimente e vulgar porque tudo surge infectado pelo vírus deprimente e vulgar da classe média arrivista e endinheirada, amante do exibicionismo saloio ou, então, da moderação pacóvia, obsessivamente preocupada com o decoro, a imagem, as aparências.
E em relação ao Parlamento, o que há para acrescentar? Dos 230 deputados, talvez trinta sejam pessoas alfabetizadas. Dessas trinta, talvez vinte consigam ler um texto sem mexer os lábios. Dessas vinte, talvez dez consigam escrever uma frase com sujeito, predicado e complemento directo. O que dizer dos restantes 200?
NÃO SE PENSE que a arte da rudeza pode existir sem humanidade. Pelo contrário: só pessoas invulgarmente humanas podem ser invulgarmente rudes. Serge Gainsbourg, outro patife nobre, disse um dia a um jovem cantor em ascensão: «Provoca, provoca sempre. Mas nunca deixes de ser humano». A rudeza é humanidade em estado puro. Puro e duro.

A ARTE DA RUDEZA é um património a preservar numa sociedade civilizada. E talvez seja a única coisa verdadeiramente importante a fazer para salvar este Portugal alinhado, deprimente, vazio e sombrio, povoado por criaturas alinhadas, deprimentes, vazias e sombrias.
Filhos, não obedeçam sempre aos vossos pais. Pais, não queiram ser como os vossos filhos. Rapazes, aprendam a abusar. Riam muito. Chorem ainda mais. Provoquem. Excedam-se.
Sejam inteligentes. Sejam elegantes. Sejam nobres.
E, puta que pariu, sejam rudes e humanos!

Exposição: Che! Mito e Revolução

Para assinalar a sua 25ª edição o Festival de Almada acolhe a exposição Che! Mito e Revolução, já apresentada em cidades como Nova Iorque, Londres, Amesterdão, Milão, e Barcelona. Che! Mito e Revolução foi criada em torno da célebre fotografia Guerrillero Heroico, da autoria de Alberto Korda, e que é a imagem de Ernesto "Che" Guevara mais conhecida e reproduzida em todo o Mundo.
Até 7 de Setembro
De Quarta a Sábado das 10h00 às 24h00,Terças e Domingos das 10h00 às 18h00.
Fórum Municipal Romeu Correia (Almada)

terça-feira, 8 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O grupo Terrakota no Palco dos Sons da Terra

O concerto que apresentamos realizou-se no passado dia 3 de Junho no teatro da Trindade em Lisboa, no encerramento do comício festa: "Abril Maio, agora aqui".O grupo Terrakota mostrou por que razão é considerado um dos melhores projectos musicais em Portugal.
Energia, cor e música contagiaram os presentes que enchiam a velha plateia do Chiado.
Os Terrakota, baseiam grande parte da sua música nas harmonias e nos ritmos tradicionais e populares africanos. Quer em disco quer em palco usam instrumentos originários de vários pontos do globo, para além do baixo, da guitarra e da bateria.
Clique para ouvir em wma ou mp3.

“Precisamos de uma nova revolução cultural”, diz Zizek

"Já lá vai o tempo em que a esquerda pensava estar a bordo do comboio da História, e que a questão era saber qual a melhor direcção que ele deveria tomar", disse o filósofo, psicanalista e pensador esloveno Slavoj Zizek. "Hoje sabemos que o comboio está a ir a caminho da catástrofe, e a nossa única opção é detê-lo", defendeu, acrescentando que o que o mundo precisa é de uma revolução cultural, não no sentido maoísta da expressão, mas no de uma mudança cultural radical. Slavoj Zizek foi o principal orador do primeiro dia do "1001 Culturas" organizado pelo Grupo da Esquerda Unitária do Parlamento Europeu na Fábrica de Braço de Prata, em Lisboa.
Para Zizek, há 30 anos debatia-se qual seria a forma social do futuro, se capitalista, se socialista, e que tipo de socialismo, mas aceitava-se que a vida do planeta iria continuar. Hoje debatem-se as catástrofes que ameaçam o mundo num futuro não muito distante, mas já ninguém fala do fim radical do capitalismo. Num estilo acutilante e provocador, Zizek disse que enquanto a esquerda dos países desenvolvidos parece erigir como tópico principal a cultura e não o capitalismo, este desenvolve-se cada vez mais na direcção do capitalismo cultural.

"O capitalismo cultural não é só o facto de se assistir ao fenómeno de 'marketização' da cultura", defendeu, apontando que há o outro lado do mesmo fenómeno: "a culturalização dos próprios bens de consumo, não só no sentido de produtos culturais, como o cinema e a cultura popular, mas num sentido mais lato, de coisas que associamos à cultura, como o sentido da vida, a filosofia... tudo isto está a tornar-se uma mercadoria para vender". Ler mais...

sábado, 5 de julho de 2008

Países do G8 responsáveis por crise alimentar e aumento da pobreza

Os Invisíveis aos olhos do G8

O falhanço dos países do G8 no preço dos alimentos, alterações climáticas e agrocombustíveis coloca 1,7 mil milhões de pessoas - 25% da população mundial - em risco de fome, avisa a organização Action Aid no relatório "Cereal Offenders ", lançado a poucos dias do início da reunião do G8. É dito ainda de "os biocombustíveis foram acusados de contribuir até 30% para o aumento do preço dos alimentos, forçando 30 milhões de pessoas à fome crónica e colocando 260 milhões em insegurança alimentar.
Action Aid apela aos líderes do G8 para:
- apoiar uma moratória de 5 anos à expansão dos agrocombustíveis, prevenindo que áreas aráveis sejam convertidas em plantações para combustíveis.
- acabar com os subsídios e metas para o aumento do uso do etanol e biodiesel nos EUA e UE
- aumentar as fontes de energias renováveis em vez de subsidiar biocombustíveis.
A organização considera ainda que os países ricos devem apoiar mais os países pobres a lidar com os efeitos das alterações climáticas, já que eles são os mais vulneráveis e os que não têm culpa do problema. Pedem que os líderes do G8 devem financiar 55 biliões de dólares dos estimados 67 biliões dos custos anuais das alterações climáticas nos países pobres, bem como que acordem maiores metas de reduções das emissões até 2020.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Hoje eu vou contar uma história.

"Meninas e meninos: Às vezes, para explicar o comportamento dos homens, os escritores contam estórias. Pois hoje eu vou contar uma estória.

“Houve uma briga na floresta acerca da dieta a ser adotada por todos os bichos. De um lado estavam as vacas, as ovelhas, os patos, as galinhas, as girafas, os macacos, os bichos-preguiça, que diziam que a melhor dieta era a vegetariana, capim, folhas, flores, frutos. Alegavam que as coisas que cresciam da terra eram ricas em vitaminas e faziam bem à saúde. Do outro lado estavam as piranhas, as hienas, os gambás, os lobos, as onças que, ao contrário, afirmavam que o melhor mesmo era uma dieta de carne, porque a carne é rica em proteínas, que são fontes de energia. ‘Quem come carne é mais forte’, diziam. A briga fez tamanha confusão que os bichos resolveram decidir o assunto por meio da coisa mais democrática possível. “Vamos fazer uma eleição!” Todos concordaram. “Pela eleição vamos escolher os bichos que vão decidir a questão, por meio de leis”. Todos concordaram de novo. E assim aconteceu. Formaram-se dois partidos. Ler mais...

Esquerda e Cultura: o futuro já não é o que era

4 e 5 de Julho - Fábrica Braço de Prata, Lisboa
Exposições, debates, concertos e colóquios
Vê o programa

Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício

"Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício"
Conversas sobre o bom jornalismo
Dia 4 de Julho (6º feira), às 21.30h, na Livraria Fonte de Letras,
(Rua das Flores, 10/12, Lisboa)
Com: Alexandra Lucas Coelho (Público);
João Pacheco (jornalista “precário”);
Rui Ochoa (fotógrafo do Expresso).
Moderador: João Paulo Baltazar (TSF)

EDITORIAL

O êxodo constante dos habitantes das grandes cidades para as periferias leva necessariamente a que algumas elites intelectuais sejam também absorvidas pelo referido êxodo.
Na periferia, tais elites abrangem entre outras áreas tão vastas como a música, a literatura ou a pintura. Contudo os grandes palcos para a exibição destas expressões artísticas continuam no centro destas grandes cidades o que faz acrescer aos poderes locais e à sociedade civil em geral, responsabilidades acrescidas no sentido de dar expansão às acima mencionadas actividades.
É assim que hoje em Santo António dos Cavaleiros, como em outras periferias se encontram músicos, escritores e pintores, alguns dos quais já alcançaram lugares cimeiros no panorama nacional da cultura e outros que esperam e desesperam para ser revelados, para o que carecem por parte das entidades públicas apoios, não só para estes fins, como também para desfazer a ideia corrente de que estas periferias são unicamente habitadas por “gangues” ou delinquentes.
É esta convicção, entre outras razões que levam à criação deste blogue. Pretendemos essencialmente criar um espaço de divulgação das mais variadas expressões artísticas e um fórum de debate das problemáticas das zonas periféricas.
Está em princípio aberto a todos aqueles que na periferia sentem que não tem voz.

O sucesso deste espaço, depende da participação e colaboração de todos(as) aqueles(as) que de alguma maneira estejam ligados(as) a estas temáticas.
Colabora para a divulgação e publicação de artes plásticas, artesanato, músicas, romances, poemas e outras expressões artísticas não editados nos canais editoriais normais.

ESTE ESPAÇO É TEU, AJUDA A ALIMENTÁ-LO.
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