Leio a carta de Ana Gonçalves, Arrentela-Seixal, Público 6SET07. «A precariedade é uma espécie de fatalidade incontornável na vida da esmagadora maioria dos jovens.»
No âmbito das minhas restritas relações sociais conheço jovens da TAP/Ground Force com contratos de trabalho de quatro meses e meio. Nem sequer chegam aos seis meses para se inscreverem no Centro de Emprego com direito ao subsídio de desemprego. Conheço jovens/adultos com vários cursos especializados em soldadura industrial, que são pura e simplesmente usados durante alguns meses. Conheço outros nas artes gráficas. São apenas pastilha elástica. Ganham quatrocentos a quinhentos euros por mês, durante alguns meses, enquanto não vêm outros. Na administração pública, em nome da contenção orçamental, os contratos dos jovens não são renovados quando os funcionários têm de passar a efectivos.
O consumo interno também conta para o crescimento económico, para o nível de vida e taxas de natalidade positivas de reprodução bruta. Sem estabilidade profissional os nossos jovens consomem o que têm de consumir durante a noite e não lhes venham falar em taxas de natalidade que pressupõem encargos fixos perante uma vida volátil. Os capitalistas pensam o mesmo quanto ao lucro.
José Raimundo
oxexe.blogspot
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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EDITORIAL
O êxodo constante dos habitantes das grandes cidades para as periferias leva necessariamente a que algumas elites intelectuais sejam também absorvidas pelo referido êxodo.
Na periferia, tais elites abrangem entre outras áreas tão vastas como a música, a literatura ou a pintura. Contudo os grandes palcos para a exibição destas expressões artísticas continuam no centro destas grandes cidades o que faz acrescer aos poderes locais e à sociedade civil em geral, responsabilidades acrescidas no sentido de dar expansão às acima mencionadas actividades.
É assim que hoje em Santo António dos Cavaleiros, como em outras periferias se encontram músicos, escritores e pintores, alguns dos quais já alcançaram lugares cimeiros no panorama nacional da cultura e outros que esperam e desesperam para ser revelados, para o que carecem por parte das entidades públicas apoios, não só para estes fins, como também para desfazer a ideia corrente de que estas periferias são unicamente habitadas por “gangues” ou delinquentes.
É esta convicção, entre outras razões que levam à criação deste blogue. Pretendemos essencialmente criar um espaço de divulgação das mais variadas expressões artísticas e um fórum de debate das problemáticas das zonas periféricas.
Está em princípio aberto a todos aqueles que na periferia sentem que não tem voz.
O sucesso deste espaço, depende da participação e colaboração de todos(as) aqueles(as) que de alguma maneira estejam ligados(as) a estas temáticas.
Colabora para a divulgação e publicação de artes plásticas, artesanato, músicas, romances, poemas e outras expressões artísticas não editados nos canais editoriais normais.
ESTE ESPAÇO É TEU, AJUDA A ALIMENTÁ-LO.
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Na periferia, tais elites abrangem entre outras áreas tão vastas como a música, a literatura ou a pintura. Contudo os grandes palcos para a exibição destas expressões artísticas continuam no centro destas grandes cidades o que faz acrescer aos poderes locais e à sociedade civil em geral, responsabilidades acrescidas no sentido de dar expansão às acima mencionadas actividades.
É assim que hoje em Santo António dos Cavaleiros, como em outras periferias se encontram músicos, escritores e pintores, alguns dos quais já alcançaram lugares cimeiros no panorama nacional da cultura e outros que esperam e desesperam para ser revelados, para o que carecem por parte das entidades públicas apoios, não só para estes fins, como também para desfazer a ideia corrente de que estas periferias são unicamente habitadas por “gangues” ou delinquentes.
É esta convicção, entre outras razões que levam à criação deste blogue. Pretendemos essencialmente criar um espaço de divulgação das mais variadas expressões artísticas e um fórum de debate das problemáticas das zonas periféricas.
Está em princípio aberto a todos aqueles que na periferia sentem que não tem voz.
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1 comentário:
A dificil condição dos jovens em São Caulo Capão Redondo, Jd. São Luiz, Jd. Angela.
A constante busca por transformação realizada por esses jovens
www.artenaperiferia.blogspot.com
divulguem aí no artedaperiferia muito louca essa relação Brasil Portugal nessa questão!
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