
Para Zizek, há 30 anos debatia-se qual seria a forma social do futuro, se capitalista, se socialista, e que tipo de socialismo, mas aceitava-se que a vida do planeta iria continuar. Hoje debatem-se as catástrofes que ameaçam o mundo num futuro não muito distante, mas já ninguém fala do fim radical do capitalismo. Num estilo acutilante e provocador, Zizek disse que enquanto a esquerda dos países desenvolvidos parece erigir como tópico principal a cultura e não o capitalismo, este desenvolve-se cada vez mais na direcção do capitalismo cultural.
"O capitalismo cultural não é só o facto de se assistir ao fenómeno de 'marketização' da cultura", defendeu, apontando que há o outro lado do mesmo fenómeno: "a culturalização dos próprios bens de consumo, não só no sentido de produtos culturais, como o cinema e a cultura popular, mas num sentido mais lato, de coisas que associamos à cultura, como o sentido da vida, a filosofia... tudo isto está a tornar-se uma mercadoria para vender". Ler mais...